7 de jul. de 2015

Nossa Mente é Nossa Melhor Amiga

Em nossas vidas distinguimos frequentemente as pessoas como os nossos inimigos e amigos. Nós consideramos como inimigos as pessoas que desejam nos prejudicar, fazer algo ruim para nós ou nossos familiares. E consideramos como amigos as pessoas que desejam nos beneficiar, prover para o nosso bem-estar e o bem-estar dos que estão perto de nós. Agora vamos considerar que tipo de dano pode nos fazer um inimigo.

Um inimigo pode nos difamar espalhando rumores falsos sobre nós, mas se sabemos que não temos culpa em relação ao que ele nos acusa, não precisamos nos preocupar. Um inimigo pode até nos machucar fisicamente; no pior cenário, ele pode nos matar. Mas mesmo que ele faça isso, não precisamos ficar excessivamente pessimistas. Porque se tivermos uma mente boa, forte, bem-desenvolvida e virtuosa, mesmo que o corpo morra ela continuará em direção a algum estado existencial feliz no futuro. Mas se nossa mente afasta-se do caminho do Dhamma, se nos rendemos aos impulsos do egoísmo, da ganância e do ódio, então sofreremos muito mais numa vida depois da outra do que sofreríamos quando o inimigo tirou nossa vida. Uma vez que o inimigo não consegue causar danos a nossa mente, podemos considerar que estamos seguros.
Nós consideramos como amigos ou como benfeitores, aqueles que nos beneficiam. De todas aquelas pessoas que nos beneficiam em nossas vidas, as mais importantes, sob o ponto de vista mundano, são os nossos pais. Além disso, mesmo se os nossos pais cuidarem de todas as nossas necessidades materiais e sociais, eles não estariam nos beneficiando tanto, quanto se nos dessem instrução moral, se nos dessem uma orientação no caminho certo da vida. Quando eles nos dão sábia instrução na própria conduta de nossa vida, se aceitamos ou não depende de nós mesmos, e isso significa que depende das nossas próprias mentes. É por isso que o Buddha fez da mente o ponto focal de todo o seu ensinamento. A mente é a força central em nossas vidas, e toda a qualidade de nossas vidas é apenas um reflexo da qualidade das nossas próprias mentes.
O Buddha ensina o modo para desenvolver a mente, para elevar a mente. O seu ensinamento não é dirigido para aqueles que são já sábios iluminados, mas para as pessoas comuns vivendo vidas muito comuns. O que ele ensina é como transformar a mente impura, a mente perturbada por aflições, desejos, tristeza, dor e sofrimento, em uma mente iluminada, uma mente liberta, uma mente que é radiante com sabedoria, boa vontade e compaixão, em uma mente que é pacífica e satisfeita sob quaisquer circunstâncias. Isso é ilustrado pela famosa analogia da flor de lótus. O lótus começa a crescer no fundo de um lago lamacento, mas ergue-se da água lamacenta até que emerge do lago, abre suas pétalas e revela a sua beleza sublime.
Ao praticar o Dhamma, começamos com a mente comum, que é como uma semente de lótus na lama, a mente suja por desejos e ilusões. Ao seguir passo a passo as instruções do Buddha nós elevamos a mente acima da lama do mundo, abrimos suas pétalas de qualidades virtuosas, até que ela se abra completamente e mostre sua radiante beleza.
- Um excerto de uma palestra do Bhikkhu Bodhi


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