8 de mar. de 2017

Cientistas criam primeiro embrião artificial de rato usando células-tronco

Em um estudo publicado na revista científica Science, pesquisadores da Universidade de Cambridge relataram que conseguiram criar, pela primeira vez, embriões artificiais de ratos.

Para formar um embrião naturalmente, o óvulo (gameta feminino) precisa ser fecundado por um espermatozoide (gameta masculino). A estrutura formada após a fertilização, o zigoto, passa por diversas etapas de desenvolvimento.

Os cientistas da Universidade de Cambridge, entretanto, não utilizaram gametas, mas sim células-tronco – que são aquelas células capazes de se diferenciar em outros tipos celulares – e uma plataforma 3D.

Eles usaram dois tipos de células-tronco: células-tronco embrionárias e do trofoblasto (a camada externa do blastocisto). Elas foram misturadas e colocadas numa cultura de um gel semissólido que permitiu que a estrutura crescesse em três dimensões. Conforme as células foram se multiplicando, as células do trofoblasto – que dão origem à placenta – e as embrionárias – que dão origem ao embrião – foram agrupadas em duas seções. Então, as células começaram a se diferenciar e uma porção das células embrionárias formou a mesoderme, folheto embrionário que dá origem aos ossos, músculos e coração.
Etapas mostrando como os cientistas da Universidade de Cambridge criaram o embrião artificial. Fonte: Modificado de The Guardian.

As tentativas anteriores de gerar embriões artificiais não foram bem sucedidas e a equipe acredita que isso ocorria porque os pesquisadores utilizavam apenas um tipo de célula-tronco, a embrionária, sem se dar conta que o desenvolvimento inicial de embriões é um processo complexo que exige diferentes tipos celulares.

Embrião artificial após 48h (direita) e 96h (esquerda). Em vermelho vemos o tecido embrionário e em azul, o tecido trofoblástico (extra-embrionário). Fonte: Sarah Harrison e Gaelle Recher, Universidade de Cambridge.

Embora os pesquisadores acreditem que dificilmente o embrião artificial poderia se desenvolver num camundongo saudável, este estudo, além de aprofundar os nossos conhecimentos sobre os estágios iniciais do desenvolvimento de mamíferos, pode abrir portas para trabalhos similares com células humanas, ajudando a transpor a barreira que é a falta de embriões humanos para as pesquisas científicas.

Fonte: Science/biologiatotal



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